Nos últimos dez anos, a dívida pública brasileira apresentou um crescimento significativo, atingindo 76,1% do PIB em 2024, um aumento de 12,7 pontos percentuais em relação a 2014. Esse cenário de endividamento elevado demanda uma política monetária mais rigorosa, com taxas de juros superiores às praticadas há uma década.
Durante o período de 2015 a 2016, a taxa Selic permaneceu em 14,25% ao ano. Atualmente, o Comitê de Política Monetária (Copom) considera necessário elevar a Selic para níveis semelhantes, visando conter a inflação e estabilizar a economia.
Especialistas apontam que o perfil da dívida pública piorou na última década, com um aumento na emissão de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), títulos atrelados à taxa Selic. Em dezembro de 2024, as LFTs representavam 46,3% da Dívida Pública Federal, o maior percentual desde 2005. Essa composição torna o custo da dívida mais sensível às variações da taxa de juros, exigindo uma Selic mais alta para controlar a inflação e manter a credibilidade fiscal.
Além disso, o cenário internacional contribui para a necessidade de juros mais elevados no Brasil. A alta das taxas de juros globais aumenta a pressão sobre o mercado doméstico, tornando indispensável uma política monetária mais restritiva para atrair investimentos e evitar a desvalorização da moeda nacional.
Em suma, a deterioração da dinâmica da dívida pública brasileira, aliada ao contexto internacional adverso, exige uma taxa Selic mais elevada do que a praticada há dez anos. Essa medida é fundamental para assegurar a estabilidade econômica e a confiança dos investidores no país.