Méliuz Investe 10% do Caixa em Bitcoin

Igor MedeirosMercados1 week ago25 Views

A Méliuz, empresa brasileira de cashback, anunciou em 6 de março de 2025 a alocação de 10% de seu caixa em Bitcoin, totalizando um investimento de US$ 4,1 milhões. Com essa iniciativa, a Méliuz se destaca como a primeira empresa listada na Bolsa de Valores do Brasil a realizar um movimento significativo no mercado de criptomoedas.

  • Quantidade Adquirida: A empresa adquiriu 45,72 bitcoins a um preço médio de US$ 90.296 por unidade.
  • Gestão do Ativo: Para gerenciar esse novo ativo, a Méliuz estabeleceu um comitê estratégico de Bitcoin, responsável por definir diretrizes para futuras alocações. Espera-se que um estudo inicial sobre o impacto dessa iniciativa seja divulgado ao mercado nos próximos 45 a 60 dias.

Inspiração Internacional

A estratégia da Méliuz foi inspirada na MicroStrategy, empresa americana de software que, desde 2020, investe parte de seu caixa em Bitcoin. Sob a liderança de Michael Saylor, a MicroStrategy viu seu valor de mercado aumentar de US$ 500 milhões para US$ 77 bilhões, acumulando aproximadamente 499 mil bitcoins, avaliados em US$ 45 bilhões.

Israel Salmen, presidente do conselho e maior acionista da Méliuz, destacou que a decisão de investir em Bitcoin baseia-se na crença de que a criptomoeda representa uma “alternativa mais inteligente” para aplicar os recursos da empresa. O objetivo é manter os ativos a longo prazo, sem planos de venda imediata.

Contexto no Mercado Brasileiro

A decisão da Méliuz ocorre em um momento de desafios na B3. Em 2021, as ações da empresa estavam em alta, movimentando cerca de R$ 250 milhões por dia e atingindo um valor de mercado de R$ 6 bilhões. Atualmente, a companhia está avaliada em aproximadamente R$ 270 milhões, com uma liquidez diária de apenas R$ 4 milhões. Salmen reconheceu as dificuldades, mas demonstrou confiança de que a estratégia com Bitcoin pode revitalizar o interesse dos investidores e reposicionar a empresa no mercado.

Crescimento do Setor Cripto no Brasil

O mercado de criptomoedas tem atraído cada vez mais empresas brasileiras. Em 2021, o Mercado Livre comprou US$ 7,8 milhões em Bitcoin para compor sua tesouraria e passou a aceitar pagamentos com criptomoedas em transações imobiliárias. O Banco do Brasil também vem apostando no setor, tornando-se um dos principais investidores institucionais no ETF de Bitcoin da BlackRock, com um aporte de US$ 1,59 milhão.
O BTG Pactual, por sua vez, lançou a plataforma Mynt para negociação de ativos digitais e se destacou como um dos poucos bancos do mundo a operar sua própria mineração de Bitcoin. Dados da Receita Federal indicam que mais de 25 mil empresas no Brasil já negociam Bitcoin e outras criptomoedas, reforçando a tendência de adoção dos ativos digitais no país.

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